A padroeira desta zona pastoral da paróquia será celebrada neste domingo. A eucaristia será solenizada, tanto mais que recentemente esta imagem sofreu um grande restauro. Lembrámos que o seu dia litúrgico foi o passado dia 20 de Outubro em curso.
Mas ergue-se, no entanto, a pergunta – e quem foi afinal Santa Iria? Segundo reza a história Iria nasceu numa rica família da zona de Tomar (635 d.C.), recebendo educação esmerada, efetuando os seus votos perpétuos num mosteiro de monjas beneditinas.
Devido à sua beleza e inteligência, Iria cedo congregou a afeição das religiosas e das pessoas da terra, sobretudo dos jovens e dos fidalgos, que disputavam entre si as virtudes de Iria. Entre estes adolescentes contava-se alguém que alimentou por Iria doentia paixão. Iria, contudo, recusava as suas investidas amorosas, antes afirmando a sua eterna devoção a Deus. Todo este processo desembocou tragicamente no seu assassinato (653, Santarém). Atirado ao rio Nabão, o corpo da mártir terá seguido pelo Zêzere e a partir deste terá ficado depositado entre as areias do Tejo, aí permanecendo, incorruptível, através dos tempos.
Para conservar a sua memória e milagre, a povoação passou a chamar-se de Santa Iria, mais tarde Santarém (e daí derivou a moderna Santarém, através de Sancta Irene). Séculos depois, as águas do Tejo voltaram a abrir-se para revelar o túmulo à rainha D. Isabel, que mandou colocar o padrão que ainda hoje lá se encontra.
O seu culto foi muito popular durante a dominação visigótica, mantendo-se ainda hoje como padroeira de algumas igrejas portuguesas. Santa Iria é representada habitualmente segurando a palma do Martírio.