No dia 7 de Fevereiro a Igreja celebra a Festa das Cinco Chagas do Senhor.
O culto das Cinco Chagas do Senhor, é o culto às feridas que Cristo recebeu na cruz.
“Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos. Aproxima a tua mão e mete-a no meu lado”. Poucos dias após a Ressurreição, é o próprio Redentor que convida o incrédulo Tomé a ter devoção às suas Santas Chagas. Já deslumbrado, ele respondeu-Lhe: “Meu Senhor e meu Deus!”. As tíbias almas que dificilmente se deixam convencer, sucumbiram no instante mesmo em que aquele feliz e invejado Apóstolo introduziu seu dedo no lado de Jesus.
São Francisco de Assis, Santa Gemma Galgani, São Pio de Pietrelcina – uma legião de santos e almas virtuosas – foram galardoados com os estigmas da Paixão de Cristo. É um modo maravilhoso de Ele condecorar alguns daqueles a quem mais ama, na face da terra. É seu invisível e puro amor tornado visível em seus prediletos, para perpetuar na memória dos homens a bem-aventurança daqueles que acreditam sem terem visto e tocado as Chagas do Senhor.
A devoção às Santas Chagas não é privilégio apenas de algumas almas, mas é também de nações. Em Portugal, por exemplo, foi sempre uma devoção muito viva entre nós, desde os começos da nacionalidade. São disso testemunho a literatura religiosa e a onomástica referente a pessoas e instituições. Recordamos a lenda do Milagre de Ourique e os Lusíadas que explicam o simbolismo que tradicionalmente relaciona as armas da bandeira nacional com as Chagas de Cristo:
Vede-o no vosso escudo, que presente
Vos amostra a vitória já passada,
Na qual vos deu por armas e deixou
As que Ele para si na Cruz tomou.
Assim, os papas a partir de Bento XIV concederam a Portugal realizar uma festa particular, que ultimamente veio a ser fixada neste dia.