Como é composto o espaço celebrativo?
Nave da igreja – é o espaço do templo reservado aos fiéis, ladeado de janelas amplas e altas por onde entra a luz natural do dia lembrando-nos que a luz que nos ilumina é sempre a que vem do alto do Céu. O espaço da nave é normalmente sobre o comprido, com bancos corridos enfileirados de um lado e do outro criando um corredor a meio, legado romano do tradicional alinhamento das tropas. A maior parte das igrejas estão construídas voltadas para o oriente, representando a Jerusalém terrestre, voltada para a Jerusalém celeste, o lado de onde se levanta o sol, símbolo luminoso de Deus que veio à terra, o epicentro da nossa Fé Católica.
Sacristia – é uma sala anexa onde se guardam as vestes dos ministros e os objectos destinados às celebrações; é também o lugar onde os ministros se paramentam.
Baptistério – lugar reservado para a celebração do Baptismo, onde se encontra a pia baptismal.
Presbitério – espaço elevado ao redor do altar, onde se realizam os principais ritos sagrados; nele situam-se o Altar, o Ambão e preferencialmente o Sacrário.
Sacrário – é uma pequena urna onde é guardado o Santíssimo Sacramento. Deve ser um recipiente seguro, bem fechado à chave e ornamentado e ter um lugar de honra na igreja. Ao lado do sacrário existe sempre uma luz vermelha que significa que Jesus está ali presente.
Altar – representa a mesa da Ceia do Senhor. Lembra também a cruz de Jesus, que foi como um “altar” onde o Senhor ofereceu o Sacrifício de sua própria vida. Fica num plano mais elevado simbolizando a subida ao monte Calvário. Sobre o altar põem-se 3 toalhas brancas, impecavelmente limpas e passadas para que em caso de derramamento do preciosíssimo sangue, este seja integralmente absorvido. A toalha superior tem de ser comprida para cobrir toda a mesa. Todos os altares têm a meio um recorte em forma quadrada e nele uma pedra com o mesmo feitio, à qual se chama “pedra de ara”. Ara vem do latim clássico e significa altar. Sobre esta pedra é que o Sacerdote consagra o Pão e o Vinho. Sob ela encontra-se sempre a relíquia de um santo, para lembrar os primeiros cristãos que celebravam nas catacumbas sobre os túmulos dos mártires. É pela sacralidade desta “pedra de ara” que o sacerdote ao subir ao altar se inclina e o beija quer à entrada, quer à saida da Santa Missa.
Crucifixo – para lembrar que a Ceia do Senhor é inseparável do seu Sacrifício Redentor. Para adornar o altar colocam-se flores, mas nunca em cima do altar.
Ambão – ou Mesa da Palavra. É a estante de onde se proclama unicamente a Palavra de Deus, a Oração Universal e a Homilia. O Ambão não deve ser utilizado como estante de avisos, ou para outras animações.
Quais são os principais símbolos da Liturgia?
Conforme nos ensina o Catecismo da Igreja Católica, uma celebração sacramental é tecida de sinais e de símbolos, pois reconhecemos que Deus fala ao homem por intermédio da Sua criação visível.
O pão e o vinho – são símbolos do alimento humano. O trigo moído e a uva espremida são sinais do sacrifício da natureza, em favor dos homens, tal como o sacrifício redentor de Cristo. A hóstia é de trigo puro, sem fermento. Para quem tem uma elevada intolerância ao glúten, a maioria das igrejas já têm hóstias próprias; nesse caso deve informar-se o sacerdote antes da Missa. O vinho é puro, de uva de qualidade,apenas com o álcool natural da própria uva.
A água – simboliza a vida, relembra-nos o nosso baptismo, no qual morremos para o pecado e renascemos para uma vida nova. A água usada na celebração deve ser pura e natural. Serve para purificar as mãos do sacerdote após a apresentação dos dons, e dos ministros antes e depois da distribuição da Eucaristia. No vinho a consagrar são colocadas algumas gotas de água para simbolizar a união da humanidade com a divindade de Jesus. A água também é usada para purificar o cálice e a píxide. Toda a água usada na Missa para purificação dos objectos e mãos nunca é deitada na canalização, mas sempre directamente na terra.
O fogo – tem uma forte simbologia sobretudo associada à acção do Espírito Santo, que purifica, brilha, queima, aquece. Está presente nas brasas dos turíbulos durante as incensações. O fogo pode multiplicar-se indefinidamente. É luz que brilha, em oposição às trevas, mostra o caminho ao peregrino errante. É o símbolo mais expressivo do Cristo Vivo. Sobre o altar devem-se dispor velas, sempre em número par, num mínimo de duas. A chama da vela simboliza a fé que recebemos de Jesus, a “Luz do Mundo”.
O fumo do incenso – simboliza, a oração dos santos, que sobe qual aroma agradável a Deus, ora como louvor, ora como súplica. A nuvem de fumo faz também analogia com a nuvem que acompanhou o povo Israelita durante toda a travessia do deserto, tal como Deus agora também nos acompanha. E por fim o fumo denso que nos impede de ver claramente, cria uma aura de mistério, lembrando-nos sobretudo que no auge da Missa, pela transubstanciação do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo, celebramos o nosso maior mistério, o Mistério da Fé!