Evangelho segundo S. João

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!”9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai”? Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras.

Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei.

 

— Reflexão

Quem Me vê, vê o Pai.
O Apóstolo Filipe, anseia por ver a glória de Deus: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta.» (v. 8) O pedido tem uma resposta precisa: «Quem Me vê, vê o Pai.» (v. 9) Pode ver-se a Deus (o Pai) só e na medida em que se acolhe a história de Jesus  que se deve compreender e partilhar.

Ver Jesus – diz-nos João no Evangelho – significa também escutar a sua Palavra e reconhecer na sua Palavra a Palavra do Pai (cf. Jo 14,10). Só e unicamente em Jesus se pode ter a experiência e o conhecimento do Pai. As palavras do Filho são as do Pai.

Como prová-lo? Como demonstrá-lo? Não existe outra argumentação que dispense a fé.

É verdade: as palavras de Jesus têm em si mesmas uma força de convicção mas não ao ponto de obrigar o interlocutor a acreditar. É na carne, na história de Jesus que é preciso entender a transcendência do Pai. A resposta dada a Filipe é clara: não pode ser concedido nenhum «ver a Deus» aos discípulos, senão aquele tipo de «ver» que consiste em vislumbrar na presença histórica de Jesus o rosto do Pai.

A fé permite ao Pai levar adiante, através de nós, a obra da graça que começou no seu Filho: «Quem crê em mim fará as obras que eu faço» (Jo 14,12).

Deixemo-nos levar pela Confiança e entreguemos tudo o que somos e fazemos a esse Pai, que sempre nos espera.

 

— Oração

Senhor Jesus Cristo, enviai sobre nós o Espírito Santo, que nos dá o conhecer e o querer, e concedei-nos cooperar, em quanto nos for possível, com tudo o que depende de nós, de modo a tornarmo-nos templos do mesmo Espírito.

 

— Cântico de Meditação

Se crês em Deus https://youtu.be/ibxDyXEx5is

 

Pe. Abílio Nunes, SDB