Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, os discípulos de João e os fariseus guardavam o jejum. Vieram perguntar a Jesus: «Por que motivo jejuam os discípulos de João e os fariseus e os teus discípulos não jejuam?». Respondeu-lhes Jesus: «Podem os companheiros do noivo jejuar, enquanto o noivo está com eles? Enquanto têm o noivo consigo, não podem jejuar. Dias virão em que o noivo lhes será tirado; nesses dias jejuarão. Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho, porque o remendo novo arranca parte do velho e o rasgão fica maior. E ninguém deita vinho novo em odres velhos, porque o vinho acaba por romper os odres e perdem-se o vinho e os odres. Para vinho novo, odres novos».

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REFLEXÃO

A cena evangélica de hoje contém duas breves parábolas, a do pano e do vinho novos e esclarecem a resposta de Jesus sobre o jejum e a novidade radical do evangelho.

Se os discípulos de João Batista e os fariseus jejuavam perguntaram a Jesus porque eles punham de lado uma prática fundamental da religião judaica.

Jesus não se mostra hostil à prática do Jejum. Ele próprio jejuou quando esteve no deserto. A prática do jejum deve ser aceite mas nunca em momentos de festa. Jesus estava a celebrar a festa das  bodas de Deus com um novo povo e por isso carecia de sentido o jejum, que teria lugar num tempo diferente na sua morte e na  perseguição e dificuldades, tristeza e desolação dos discípulos.

A resposta “Enquanto o noivo está com eles, os seus amigos não podem jejuar”, é esclarecida por duas curtas mas profundas parábolas: “Ninguém põe remendo de pano novo em manto velho, porque a peça nova repuxa o manto e deixa um rasgão maior”. Igualmente, “ninguém deita vinho novo em odres velhos, porque o vinho rebenta os odres e perdem-se o vinho e os odres; para vinho novo, odres novos”.

O jejum simboliza o Antigo Testamento, o velho estilo religioso e o pano e o vinho novos significa o novo espírito do evangelho e do reino de Deus em conflito com a antiga ordem religiosa e moral.

Agradeçamos ao nossos Deus humanado a capacidade para ser servidores de uma nova aliança: não baseada na pura letra, porque a letra mata e, por sua vez, o Espírito dá vida” (2Cor 3,1-6). Ele veio libertar-nos. Veio para que tenhamos a vida e a tenhamos em abundância (J0 10,10)

 

ORAÇÃO

Bendizemos-te, Pai, pelo cálice do vinho novo que sela a vossa   aliança connosco pelo sangue de Cristo.

Que o vinho novo do vosso Espírito, fermento do Reino, faça rebentar os nossos odres envelhecidos, para que possamos assimilar a novidade do evangelho.

Concedei-nos, Senhor, movermo-nos com a fiel liberdade que dão o amor e a amizade contigo.

Amen.

 

VÍDEO DE MEDITAÇÃO

Jesus veio dar-nos o vinho novo da Alegria. Chamou-nos e comunicou-nos a sua Palavra que nos dá a plena felicidade (Jo 10,10) Bem o entendeu Santo Antão, cuja festa a Igreja celebra hoje. Nasceu  no Egito em 251 e faleceu em 356. Pai do monaquismos viveu com uma qualidade de vida santa que só Cristo lhe podia dar.

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Pe. Abílio Nunes, SDB