Domingo da Terceira Semana da Quaresma
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus. E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras. Todo aquele que pratica más acções odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus.
Palavra da salvação.
— Reflexão
É pela fé em Jesus Cristo que somos salvos.
No diálogo com Nicodemos, fariseu e chefe dos judeus, Jesus alude a um episódio do Exodo a respeito de um dos castigos com os quais Javé procurava corrigir o seu Povo. Diante dos protestos de Israel que “não suportava a viagem” através do deserto (Nm 21,4), “O senhor mandou(..) serpentes venenosas que os mordiam, e muita gente de Israel morreu”(Num 21,6 ).
Na dinâmica criada pela religião, Deus está sempre pronto a castigar e, quando o homem se arrepende, a perdoar”. Com Jesus isto termina “Deus é amor” ( 1 Jo4,8) e a única maneira que tem para relacionar-se com os homens é a de uma comunicação crescente de amor.
Na segunda parte do trecho do evangelho de hoje; a morte gloriosa de Jesus é o gesto do amor de Deus por toda a humanidade. Nosso mundo não é, na visão cristã, um vale de lágrimas, nem estamos num desterro. O mundo é o lugar da manifestação do amor de Deus por toda a humanidade, o lugar em que o Verbo “armou a sua tenda” (Jo 1,14).
A Quaresma é o tempo apropriado para entendermos melhor este caminho providencial de salvação, para depois celebrarmos a Páscoa com mais fé, em acção de graças a Deus e ao Senhor Jesus Cristo.
É Deus que, por seu Filho, nos introduz e nos faz participar da sua vida divina. A fé, contudo, está subordinada à liberdade do ser humano. Ao invés da Luz, os homens podem preferir as trevas (cf. Jo 1,4-5.9-11).
— Oração
Senhor, concede-nos a graça de levantar os nossos olhos para vós para que ao nosso coração regressem a fé, a esperança e o amor.
Pe. Abílio Nunes, Salesiano