Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus uns fariseus para O porem à prova e perguntaram-Lhe: «Pode um homem repudiar a sua mulher?». Jesus disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?». Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio, para se repudiar a mulher». Jesus disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei. Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto. Jesus disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério». Apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas. Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele». E, abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.
REFLEXÃO
Hoje, os fariseus põem Jesus à prova sobre a legalidade do divórcio. Mas Jesus sem criticar a Lei de Moisés que permitia o divórcio, faz entender que é legitima, mas temporal: Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés escreveu este preceito, (Mc 10,5).
Em Mc 10,2-16 Jesus citando Gn 27 fala de uma unidade que será a Humanidade. O homem deixará os seus pais e se unirá a sua mulher, sendo um com ela para formar a Humanidade. Isto supõe uma realidade nova: Dois seres formam uma unidade como procriadores da Humanidade. A conclusão é evidente: O que Deus uniu o homem não separe, (Mc 10,9).
O Concílio Vaticano II lembra-nos: Deste modo, por meio do ato humano com o qual os cônjuges mutuamente se dão e recebem um ao outro, nasce uma instituição também à face da sociedade, confirmada pela lei divina.
De regresso a casa, Jesus explica aos Apóstolos as exigências do matrimónio : «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira.
O encontro de Jesus com as crianças explica simbolicamente como é a relação entre o reino de Deus e o matrimónio. O Reino de Deus é para aqueles que se assemelhem a uma criança e aceitam construir algo novo como acontece no matrimónio: Envolver a sua vida numa outra vida para gerar novas vidas …
No hino à caridade escrito por São Paulo, encontram-se algumas características do amor verdadeiro partilhado dia a dia entre os esposos e com os seus filhos :
«O amor é paciente, o amor é prestável; não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, nem guarda ressentimento, não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta» (1Cor 13, 4-7).
ORAÇÃO
Senhor Deus, que criastes o homem e a mulher, para que os dois sejam uma só vida, princípio da harmonia livre e necessária que se realiza no amor, por obra do vosso Espírito conduzi os filhos de Adão às santidades das primeiras origens, e dai-lhes um coração fiel, para que nenhum poder humano ouse separar o que Vós mesmo unistes.
CANTO DE MEDITAÇÃO
Abençoa Senhor as famílias…
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Pe. Abílio Nunes, SDB