Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus chegou a casa com os seus discípulos. E de novo acorreu tanta gente, que eles nem sequer podiam comer. Ao saberem disto, os parentes de Jesus puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «Está fora de Si». Os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: «Está possesso de Belzebu», e ainda: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Mas Jesus chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode aguentar-se. E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não pode durar. Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode subsistir: está perdido. Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa. Em verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e blasfémias que tiverem proferido; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: será réu de pecado para sempre». Referia-Se aos que diziam: «Está possesso dum espírito impuro». Entretanto, chegaram sua Mãe e seus irmãos, que, ficando fora, O mandaram chamar. A multidão estava sentada em volta d’Ele, quando Lhe disseram: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura». Mas Jesus respondeu-lhes: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?». E, olhando para aqueles que estavam à sua volta, disse: «Eis minha Mãe e meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».
— Reflexão
«Está fora de Si» (v. 21), «está possesso de Belzebu» (cf. v. 22): era o que se dizia de Jesus. E Ele procura explicar que «um reino dividido contra si mesmo não pode aguentar-se». (Cf. w. 24-25) Ele expulsa Satanás é porque é mais forte do que ele (v. 27)
O Evangelista quer simplesmente tentar responder à pergunta: quem é Jesus? Quem é esta pessoa que fala com autoridade e actua com poder? As Suas palavras fascinam, os Seus milagres colocam interrogações. …
Os escribas e os fariseus procuram desacreditá-l0, apresentando-0 como possuidor de um poder diabólico (cf. w. 22-30). Os parentes, preocupados, procuram levá-l0 para casa (v. 21).
A Palavra do profeta da Galileia – em forma de diálogo denso e polémico (cf. Mc 3,23-27) – esclarece o sentido de tudo o que está a acontecer: Não «está fora de Si» e «não está possuído por Belzebu» (cf. Mc 3,21-22), mas é em virtude do poder de Deus que Jesus amarra «o homem forte» (3,27), o príncipe do mal, para libertar o homem de quem o mantinha prisioneiro.
Jesus é objeto de toda a espécie de calúnias. Os escribas acusam-nos de pactuar com Belzebu, o príncipe dos demónios. Jesus porém segue na missão da implantação do Reino de Deus entre os homens.
Seguindo os seus passos muitos irmãos nossos colocando a vontade de Deus acima de tudo, lutam hoje contra o racismo, as torturas, as injustiças e a privação de liberdade, e são acusados de anarquistas6.
Fiéis ao chamamento, enfrentando todos os contratempos dizem continuamente: “no Senhor ponho a minha esperança, espero em sua Palavra. A minha alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora. Nele, se encontra o perdão!” (Sl 129).’
— Oração
Pai Santo, que nos enviastes o vosso Filho para nos libertar da escravidão do mal, amparai-nos com as armas da fé, para combatermos com heroísmo pelo reino da Paz e da Justiça
— Canto de Meditação
Deixa a luz do Céu entrar !
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Pe. Abílio Nunes, SDB