Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa. Estai vós também preparados, porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem». Disse Pedro a Jesus: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos os outros?». O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’; e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis. O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas. Aquele, porém, que, sem a conhecer, tenha feito acções que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».

Palavra da salvação.

 

REFLEXÃO 

O evangelho de hoje consta de duas parábolas de Jesus: O ladrão e o mordomo A vinda de  Cristo, é comparada  à chegada do ladrão na noite. A intenção da parábola é não tanto fomentar  o temor e a angústia, mas acentuar a inesperada  vinda de Cristo que requer uma atitude de  vigilância.

A segunda parábola com a imagem do mordomo diz o mesmo. Pedro faz uma ligação entre as duas parábolas pois pergunta ao Mestre se as parábolas se aplicam aos apóstolos ou para todos em geral 

Jesus responde-lhe com a parábola do servo de confiança, colocado pelo amo à frente da criadagem da sua casa. A sua fidelidade será posta à prova com o atraso do regresso do seu senhor

O evangelista termina com  parábola chamada do porteiro, cuja conclusão na boca de Jesus é esta: “E o que vos digo, digo a todos: Vigiai!” (Mc 13,37). É todo o grupo dos que seguem Jesus que deve manter-se alerta na fé e na caridade durante a ausência de Cristo.

Jesus propõe-nos  uma   entrega total e a plena disponibilidade perante Deus, dando primazia ao valor do seguimento do Reino sobre todo o afeto familiar e apego material. Seguir Jesus como discípulo tem um preço, inclusivamente o da vida.

Ser discípulo de Cristo é uma entrega total,  uma rendição sem condições. Assim o exige a índole e a urgência do reino de Deus, perante o qual tudo é relativo: os afetos familiares, os bens materiais e inclusivamente a própria vida. Não há outro modo de ser cristão senão amando incondicionalmente a Jesus, encarnação pessoal do reinado de Deus na nossa vida.

 

ORAÇÃO 

Purifica-nos, Senhor, com o fogo do vosso  Espírito para que, renovados na opção do nosso batismo vos  sirvamos alegres na fidelidade quotidiana.

Assim cantaremos eternamente as vossas  misericórdias e anunciaremos a vossa  fidelidade por todas as idades. Amen.

Pe. Abílio Nunes, SBB