Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam as filactérias e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós, porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
— Reflexão
“Dizem e não fazem”
Quem é que diz e não faz? Como bons leitores respondemos prontamente: Os escribas e fariseus do tempo de Jesus .
Porém esquecemo-nos sempre que escutamos e interiorizamos a Palavra de Deus temos o dever de perguntar ao Senhor o que é Ele nos quer dizer .
Jesus denuncia a hipocrisia dos que se consideram mestres em Israel porque, conhecendo a crítica dos profetas, apresentam-se como justos, isto é, observantes, unindo a vida ao culto, mas, na realidade, atraem com sua observância a atenção dos homens para si mesmos e não para Deus, ao buscarem a admiração e o reconhecimento como pessoas dignas de honra.
E nós, como é nossa vida? Procedemos sempre com sinceridade? Não caímos muitas vezes na tentação de limitarmos o nosso culto a um mero cumprimento externo das lei? Hoje, como naquele tempo, quantas vezes não tentamos manter uma falsa imagem, em nome de um suposto bem-estar, da segurança, ou da admiração dos outros? Procedendo assim somos privados da alegria e da serenidade somente adquiridas com o compromisso simples e radical do Evangelho.
Todos temos falhas na nossa vida. Saibamos compreender também as autoridades religiosas. Mesmo que tenham as suas falhas, assumamos a atitude de Jesus rezemos e não os desautorizemos como nos disse Jesus : “fazei e cumpri o que vos dizem”.
Deixemos de ser atores no palco da nossa vida religiosa, convertamo-nos ao Senhor Jesus que na segunda parte deste Evangelho nos chama novamente à humildade a situarmo-nos no lugar certo, que nos pertence: «Quanto a vós, não vos façais chamar de ‘Mestres, ou doutores (…). Antes de nos gloriarmos com esses títulos, agradeçamos humildemente todos os dons que Ele nos ofereceu.
— Oração
Senhor Jesus, vós tornastes-vos um servo para nossa salvação livrai-nos da tirania do orgulho e da vaidade. Ensinai-nos a ser humilde como vós, e amar os outros generosa e incondicionalmente
Pe. Abílio Nunes, Salesiano