Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo». O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações».
Palavra da salvação.

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REFLEXÃO

Este texto apresenta três momentos que ocorrem no templo, lugar no qual as profecias se cumprem e onde se verifica a sua dimensão profunda para todo o povo e para o mundo inteiro: A apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém para o «cumprimento» da lei de Moisés (w. 22-24); o cântico de Simeão (w.25-33); as palavras proféticas de Simeão sobre Maria (w. 34-35).

O cumprimento do resgate do primogénito significa um ato de obediência e expressa  a relação de aliança do povo de Israel com o seu Deus.

O centro da cena é a profecia de Simeão, homem justo e piedoso que esperava a consolação de Israel (cf. v. 25). Guiado pelo Espírito, vai ao templo e, reconhecendo em Jesus o Messias esperado, saúda-o festivamente e faz uma confissão de fé: realizaram-se as antigas profecias; ele viu o Salvador, a glória de Israel, a luz e salvação de todos os povos. Mas essa luz terá o reflexo do sofrimento, porque Jesus há-de ser «sinal de contradição» (v. 34) e a própria Mãe será envolvida o destino de sofrimento do Filho (v. 35).

Simeão atua como verdadeiro profeta vê e testemunha, intui o desígnio de Deus que caminha com a humanidade e o indica com a força da profecia: Verificação do cumprimento dos oráculos antigos reconhecendo Jesus como luz das nações (w. 29-32). A ideia central do texto é o da «primogenitura» resgatada: Jesus, primogénito de Maria, é resgatado segundo a lei que remonta ao tempo do êxodo mosaico. Israel considerava os primogénitos, quer dos homens quer dos animais, como propriedade exclusiva de Deus (Ex 13,1-2; 11-16).

O gesto ritual do resgate dos primogénitos, indica a consciência que Israel tinha de ser o «primogénito» de Deus. A primogenitura de Cristo passa depois para todos os cristãos conscientes da presença divina nas suas vidas.

 

ORAÇÃO

Aceitai, Senhor, a oblação que trazemos ao Vosso altar nesta admirável permuta de dons, de modo que, oferecendo-Vos o que nos destes, mereçamos receber-Vos a Vós mesmo.

 

VÍDEO DE MEDITAÇÃO

Meditemos no acontecimento Lc 2, 22-35 para aprofundarmos um dos acontecimentos marcantes da vida de Jesus menino e Deus que vem oferecer a salvação a todos os homens:

https://www.eelmoh-dictof.com/wp-content/uploads/2021/12/Evangelho-Encenado-Apresentacao-do-Menino-Jesus-no-Templo-Lucas-2-22-40.mp4

 

 

Pe. Abílio Nunes, SDB