Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus retirou-Se para os lados de Tiro e Sidónia. Então, uma mulher cananeia, vinda daqueles arredores, começou a gritar: «Senhor, Filho de David, tem compaixão de mim. Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio». Mas Jesus não lhe respondeu uma palavra. Os discípulos aproximaram-se e pediram-Lhe: «Atende-a, porque ela vem a gritar atrás de nós». Jesus respondeu: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel». Mas a mulher veio prostrar-se diante d’Ele, dizendo: «Socorre-me, Senhor». Ele respondeu: «Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos». Mas ela insistiu: «É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos». Então Jesus respondeu-lhe: «Mulher, é grande a tua fé. Faça-se como desejas». E, a partir daquele momento, a sua filha ficou curada.
— REFLEXÃO
Mulher anónima, ignorada e detestada pelos judeus pois era natural da terra dos “cães” atreve-se a a ir ao pés de Jesus e dizer-lhe “Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim: minha filha está cruelmente atormentada por um demônio!” (Mt 15,22)
Jesus não responder à súplica da mãe desventurada e perante a insistência dos discípulos diz “Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel”.(Mt 15,24)
Mas ela não desiste e torna a suplicar: “Senhor, socorre-me!” (Mt 15,25) Não fica bem atirar aos cachorrinhos (os pagãos) o pão dos filhos (os judeus).
A resposta de Jesus não é mais que um recurso narrativo para sublinhar a engenhosa réplica da mulher e a sua fé a toda a prova: “Tens razão, Senhor, mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caiem da mesa dos donos”.
No duelo verbal a mulher ganhou a partida a Cristo com a sua humilde mas subtil resposta, fruto de uma fé imensa.
Esta cena evangélica de hoje convida-nos a meditar sobre a fé em Jesus ressuscitado como condição para aceder aos favores de Deus independentemente da raça, cultura, sexo ou situação social como afirmou S. Paulos nas suas cartas.
A oração é diálogo de fé com Deus e disponibilidade diante dele é súplica de quem se reconhece indigente diante do Senhor e necessitado do seu amor e da sua graça, da força do seu Espírito e de outros muitos dons e favores do alto.
Com fé sincera prostremo-nos diante do Senhor suplicando a esmola constante da sua misericórdia e do seu perdão.
— ORAÇÃO
É justo louvar-vos Deus de todos os povos, porque o vosso amor não tem fronteiras de raça, cor, língua, cultura, sexo, classe e nacionalidade.
Cristo abriu as portas do vosso Reino a uns e outros, e na sua mesa parte para todos o pão dos teus filhos.
Nós, o teu povo, devemos fazer o mesmo porque a tua Igreja é sacramento universal de salvação.
Ensinai-nos hoje a unir fé e oração, oração e vida, para que possamos bendizer o vosso nome para sempre. Amen.
— CANTO DE MEDITAÇÃO
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Pe. Abílio Nunes, SDB