Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naqueles dias, saiu um decreto de César Augusto, para ser recenseada toda a terra. Este primeiro recenseamento efectuou-se quando Quirino era governador da Síria. Todos se foram recensear, cada um à sua cidade. José subiu também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e da descendência de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que estava para ser mãe. Enquanto ali se encontravam, chegou o dia de ela dar à luz e teve o seu Filho primogénito. Envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia naquela região uns pastores que viviam nos campos e guardavam de noite os rebanhos. O Anjo do Senhor aproximou-se deles e a glória do Senhor cercou-os de luz; e eles tiveram grande medo. Disse-lhes o Anjo: «Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura». Imediatamente juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus, dizendo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados».
Palavra da salvação.
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REFLEXÃO
- Lucas enquadra historicamente o nascimento de Jesus: Em Nazaré no reinado de César Augusto e durante um recenseamento (w. 1-3).
Os pastores foram os primeiros a receber e a compreender o anúncio, e a transmiti-los . Assim o acontecimento cristão caminha na História. A maravilha do Natal é que quem é proclamado Senhor, Messias e Salvador é uma criança envolta em faixas e deitada numa manjedoura.
Na noite de Natal os anjos cantam: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados.» (Lc 2,14a). A paz entre os homens é a contrapartida terrestre da glória que Deus tem nos céus. Tal mostra que o Filho de Deus, precisamente por ser «glória» de Deus por essência, é para os homens dom de paz. Daqui deriva que a comunidade cristã, se pretende dar glória a Deus, deve ser sinal e instrumento de paz entre os homens.
A expressão «aos homens por Ele amados» (Lc 2,14b) indica a universalidade e a gratuitidade da paz. Deus ama cada homem sem fazer diferenças. A paz é dádiva vinda de Jesus. Não é simplesmente a conquista dos homens, embora de boa vontade, mas uma dádiva que deriva do amor de Deus. A paz vem de Jesus, do Menino de Nazaré.
A paz é a sombra visível, terrena, da glória invisível de Deus. A glória é o rosto de Deus, o seu amor universal. Ouve-se dizer, por vezes, que a guerra é justa e necessária. Talvez, mas o cristão não poderá jamais falar de guerra de Deus. A glória de Deus, seja como for, não resplandece na vitória sobre os inimigos, mas na paz com eles. A glória de Deus não é a glória dos generais.
ORAÇÃO
Senhor, Pai Santo, Deus eterno e omnipotente, hoje queremos dizer-te obrigado pela nossa salvação no vosso filho em Jesus Cristo : Sendo invisível, tornou-Se visível aos nossos olhos e iluminou o caminho da nossa vida…
VÍDEO DE MEDITAÇÃO
Há mais de duzentos anos que o acontecimento Natal ficou registado no Canto “Noite Feliz”
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Pe. Abílio Nunes, SDB