Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo seg. São Mateus
Naquele tempo, Jesus passou através das searas em dia de sábado e os discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas. Os fariseus viram e disseram a Jesus: «Vê como os teus discípulos estão a fazer o que não é permitido ao sábado». Jesus respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros sentiram fome? Entrou na casa de Deus e comeu dos pães da proposição, que não era permitido comer, nem a ele nem aos seus companheiros, mas somente aos sacerdotes. Também não lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o repouso sabático e ficam isentos de culpa? Eu vos digo que está aqui alguém que é maior que o templo. Se soubésseis o que significa: ‘Eu quero misericórdia e não sacrifício’, não condenaríeis os que não têm culpa. Porque o Filho do homem é Senhor do sábado».
— REFLEXÃO
Mateus apresenta nesta passagem (Mt 12, 1-8) um incidente, entre Jesus e os fariseus. Os discípulos de Jesus violaram a lei sabática ao arrancarem espigas. Jesus defende os discípulos citando a atitude de David e os seus homens que comeram os pães do templo reservados aos sacerdotes.
Depois apresentou um segundo argumento considerado uma blasfêmia: Sendo um novo legislador, fora enviado ao Mundo para reformar leis e instituições quando estas deixam de servir a grandeza e dignidade do homem.
Jesus não negou a validade de um dia consagrado ao Senhor mediante o culto e o descanso. O domingo cristão, que celebra a ressurreição de Jesus, veio preencher o sábado judeu, libertando-o do formalismo estéril … Cristo veio defender uma religião purificada de ritualismos mortos, pelo culto vivo e nascido da fé.
No entanto a fé não se fica numa experiência meramente intimista e sem projecção exterior e comunitária. Essa adoração que Jesus quer, embora não se circunscreva e limite a lugares e tempos, fórmulas e ritos, necessita, contudo, de um âmbito externo de manifestação em comunidade que celebra a sua fé e louva a Deus como grupo crente.
O crente autêntico deve ser pessoalmente consciente da sua fé e pôr toda a sua existência nas mãos de Deus, renunciando tanto às falsas garantias rituais e mágicas, como a uma moral farisaica.
Cristo Jesus é o nosso modelo. Ele foi o grande adorador do Pai em espírito e em verdade. Como ele, temos de levar o culto para a vida e a vida ao culto, assumindo a dimensão religiosa de toda a nossa existência …
— ORAÇÃO
Glorificado sejais, Pai, porque Cristo nos libertou da escravidão da lei para viver na liberdade dos filhos de Deus que se deixam guiar pelo vosso Espírito.
— CANTO DE MEDITAÇÃO
Escuta – Interioriza – Partilha
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Pe. Abílio Nunes, SDB