EVANGELHO
Naquele tempo, Jesus percorria a Galileia, evitando andar pela Judeia, porque os judeus procuravam dar-Lhe a morte. Estava próxima a festa dos Tabernáculos. Quando os seus parentes subiram a Jerusalém, para irem à festa, Ele subiu também, não às claras, mas em segredo. Diziam então algumas pessoas de Jerusalém: «Não é este homem que procuram matar? Vede como fala abertamente e não Lhe dizem nada. Teriam os chefes reconhecido que Ele é o Messias? Mas nós sabemos de onde é este homem, e, quando o Messias vier, ninguém sabe de onde Ele é». Então, em alta voz, Jesus ensinava no templo, dizendo: «Vós Me conheceis e sabeis de onde Eu sou! No entanto, Eu não vim por minha própria vontade e é verdadeiro Aquele que Me enviou e que vós não conheceis. Mas Eu conheço-O, porque d’Ele venho e foi Ele que Me enviou». Procuravam então prender Jesus, mas ninguém Lhe deitou a mão, porque ainda não chegara a sua hora.
REFLEXÃO
Segundo a leitura de hoje os Judeus planeiam matar Jesus, mas Jesus tem consciência de que ainda não tinha chegado a sua hora; dirige-se secretamente para a Galileia participa na festa dos Tabernáculos. No templo lança um desafio às autoridades revelando a sua verdadeira identidade: Vim daquele que é verdadeiro não por minha conta. Vós não o conheceis eu conheço-o porque procedo dele e ele me enviou.
Os doutores da lei e os escribas viam em Jesus um simples homem e não o Messias prometido. Perseguiam-no porque Ele ameaçava a segurança. Falava com autoridade, atraia o povo com as suas mensagens de esperança…
Cristo foi objeto de perseguição e os seus discípulos têm a mesma sorte. Jesus predisse-o: “Se o mundo vos odeia sabei que a mi me odiou primeiro… “O mundo odeia-vos porque sois do mundo” (Jo 15,1 8ss). E S. Paulo prevenia o seu discípulo Timóteo. Todo o que se proponha viver como bom cristão será perseguido“ (2Tm 3,12).
O cristão autêntico, fiel ao evangelho, é sinal de contradição, e participará inevitavelmente da condição do seu Mestre Cristo é a nossa paz, efetivamente, mas não uma paz a qualquer preço. Porque a sua paz não (é conformismo com a injustiça, a violência, o egoísmo, o desamor,
A paz de Jesus não é como aquela que o mundo dá. Para alcançar a sua paz é preciso um combate contra o mal, uma vitória da luz sobre as trevas, luz sobre as trevas, uma guerra e última instância. “… o Reino dos céus sofre violência, e os violentos apoderam-se dele” (Mt 11,12).
Para seguir Cristo e manter a nossa opção baptismal necessitamos de pedir a fortaleza do Espírito Santo, porque o nosso destino está ligado ao de Cristo, que teve que suportar a oposição. Não percamos o ânimo, mas sim, como o atleta, “tirando de cima de nós tudo o que nos estorva e o pecado que nos envolve, corramos pelo caminho que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que, renunciando à alegria quê lhe foi proposta, aceitou a cruz sem medo da ignomínia e agora está sentado à direita do Pai.
Quando sentimos a tentação de abandonar e de fazer tábua rasa das nossas promessas baptismais, a recordação do exemplo de Cristo e da vitória final com ele há-de ser o alento para a nossa debilidade humana.
ORAÇÃO
Senhor ajuda-nos a seguir o caminho do vosso Filho Jesus aceitando o risco e a loucura de amar sem medida.
Faz que, como Cristo, não temamos o ódio do inundo, porque ele chamou felizes os perseguidos por o seguirem.
Pe. Abílio Nunes, sdb