Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um jovem, que Lhe perguntou: «Mestre, que hei-de fazer de bom para ter a vida eterna?». Jesus respondeu-lhe: «Porque Me interrogas sobre o que é bom? Bom é um só. Mas se queres entrar na vida, guarda os mandamentos». Ele perguntou: «Que mandamentos?». Jesus res¬pondeu-lhe: «Não matarás, não cometerás adultério; não furtarás; não levantarás falso testemunho; honra pai e mãe; ama o teu próximo como a ti mesmo». Disse-lhe o jovem: «Tudo isso tenho eu guardado. Que me falta ainda?». Jesus respondeu-lhe: «Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro nos Céus. Depois vem e segue-Me». Ao ouvir estas palavras, o jovem retirou-se entristecido, porque tinha muitos bens.
— REFLEXÃO
Um jovem rico pergunta a Jesus quais as obras devia realizar para conseguir a salvação. A resposta de Jesus centra-se no amor ao próximo Como o jovem confessa ter cumprido tudo isso, Jesus diz-lhe: “«Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro nos Céus. Depois vem e segue-Me». Jesus propõe ao jovem rico duas etapas a percorrer: os mandamentos e a pobreza voluntária.
Este jovem rico, perfeito praticante religioso, está agarrado à sua riqueza; por isso rejeita o convite de Jesus para o seguir. Pelo contrário, Mateus , pecador público, um cobrador de impostos e também rico, aceitou o seu chamamento, deixou tudo e seguiu Cristo.
A pobreza evangélica pode ter dois caminhos ou modalidades: um, o que Jesus propõe ao jovem rico do evangelho de hoje: ficar sem nada; e outro, não colocar a sua confiança no dinheiro, não acumular egoistamente e comprometer-se com os pobres, usando socialmente os próprios bens. Hã que reconhecer que a primeira solução é heroica, ao estilo de S. Francisco de Assis, que sendo de família rica casou com a “irmã pobreza” pelo seguimento de Cristo.
Mas há um compromisso com a pobreza que é irrenunciável para todo o cristão, tenha abundância ou escassez de bens materiais: é o segundo caminho ou modalidade, isto é, a pobreza de espírito que partilha com os outros o que se tem.
— ORAÇÃO
Deus Pai, dá-nos o vosso Espírito e coroa a vossa obra em nós para que, livres da sedução da riqueza, estejamos disponíveis para vós e para os irmãos
— Vídeo de Meditação
Pe. Abílio Nunes, SDB