Segunda-feira, dia 22 de Janeiro a Igreja celebra São Vicente.
Na nossa paróquia, e porque este santo é o nosso padroeiro, a Missa das 19h00, na Igreja Matriz, assinalará de forma especial esta memória e a vida de um mártir que morreu por amor a Cristo.
Vicente, um jovem diácono nascido em Espanha, viveu no tempo do imperador romano Diocleciano. Roma estendia o seu império até à Península Ibérica. Durante o seu reinado, Diocleciano recuperou as velhas tradições romanas, incentivando o culto dos deuses antigos e proibindo o culto do cristianismo. Em Fevereiro de 303, Diocleciano promulgou um édito imperial que ordenava a destruição geral de igrejas e objectos de culto dos cristãos, ordenou que toda a população do Império fizesse sacrifícios aos deuses romanos. Durante esta perseguição aos cristãos, Vicente recusou-se a obedecer às ordens imperiais de oferecer sacrifícios aos deuses pagãos. Devido à sua recusa, sofreu torturas cruéis até à morte, em 304. Após o martírio, o corpo de Vicente teria sido atirado aos animais, mas foi protegido de ser devorado por um corvo. Esta protecção teria sido vista pelos cristãos como um milagre, foi-lhe erguida em homenagem, uma igreja, e Vicente passou a ser venerado como santo. Com o fim do Império Romano, a Península Ibérica sofreu a invasão dos mouros. Durante a época desta invasão, os muçulmanos, em 713, puseram o corpo de São Vicente num barco e o deixaram à deriva no mar. O barco, levando as relíquias do martirizado, foi dar ao Promontorium Sacrum (Promontório Sacro, Cabo de Sagres, Portugal), que se passou a chamar Cabo de São Vicente. Os cristãos que aí viviam sob o domínio dos mouros, recolheram o corpo, transportando-o para uma ermida erguida em sua homenagem. Durante alguns séculos o culto a São Vicente alastrou-se pelo território que seria futuramente o reino de Portugal. D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, decidiu resgatar o corpo de São Vicente aos sarracenos, que dominavam Sagres nessa época. Sob as suas ordens, as relíquias do santo foram levadas para Lisboa. Diz a tradição da lenda que, quando o corpo seguiu no barco foi sempre acompanhado por dois corvos, protegendo-o. As relíquias, transferidas de Sagres para uma igreja fora das muralhas de Lisboa (S. Vicente de Fora), geraram uma intensa veneração dos habitantes da cidade por São Vicente, que em 1173, foi proclamado o santo padroeiro de Lisboa.
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