Porque dobram os sinos?
A Missa vai começar, estão todos prontos, os fiéis acomodados num lugar na assembleia. Na sacristia o sacerdote, os ministros e os acólitos estão paramentados, formados no cortejo processional e o organista com o coro mantém-se em silêncio. Todos aguardam o sinal para começar. Éis que então do alto da torre da igreja retomba o grande sino agita-se em badaladas que ecoam com fortes vibrações sonoras dentro e fora de muros. Para além de ser um alerta muito prático que alcança a muitos, tem um importantíssimo poder espiritual, pois que nos chama também a mudar os nossos comportamentos, já que das doces palavras dirigidas em prece a Deus se compôs, no Rito Romano, na bênção do novo sino: “que ao ouvirem a sua voz os filhos dos cristãos, aumente neles intensamente a devoção para que, correndo para o grémio da sua piedosa mãe, a Santa Igreja, vos cantem na assembleia dos Santos (…) para que, no templo santo da Vossa glória possam com suas homenagens e preces convidar a multidão do exército dos Anjos”. Explica a mesma prece de «baptismo do sino» que foi Deus que pediu a Moisés para “fazer trombetas de prata para que, tocando-as os Sacerdotes no tempo do sacrifício, o povo, avisado pelo seu som melodioso, se preparasse para Vos adorar e se reunisse para Vos oferecer os sacrifícios; para que, excitado para a guerra pelo som delas, prostrasse as forças dos inimigos”. Então, da próxima vez que ouvir um sino de igreja ressoar, una-se à multidão dos anjos e atenda ao apelo que Deus lhe faz.
Saiba que foi por constatar a enorme eficácia do toque dos sinos, na chamada de atenção e mudança de atitude, que os informáticos tiraram a ideia de criar os sons de notificação usados em todos os aplicativos tecnológicos e que tão bem servem à sua propaganda; afinal continuamos todos a «toque de sino»…