O que significa cada momento dos Ritos iniciais da Missa?
O primeiro gesto é o sinal da cruz – se bem entendermos o que a cruz implicou para Jesus em favor de nós, como o Seu amor foi levado ao extremo, esse nosso pequeno gesto de persignação torna em nós consciente a identificação com Cristo, reorienta a nossa vida numa boa direcção, pois carregar a cruz é o que Jesus pede a quem O seguir. A cruz é como o logotipo da nossa Igreja Católica, por isso a pomos no cimo das torres das nossa igrejas, para que de longe todos a possam ver e reconhecer nela a casa do Senhor. Por isso fazer sobre nós o sinal da cruz com cuidado e atenção é um gesto que nos dignifica na condição de cristãos, nos subscreve no Credo da Igreja e nos torna testemunho de fé em quem nos observa. Logo em seguida, entoa-se um canto penitencial, ou reza-se uma fórmula do próprio missal, pedindo o perdão desejado; é o Acto Penitencial que perdoa somente os pecados leves; os pecados graves somente o Sacramento da Penitência os pode perdoar. A fórmula “Senhor, tende piedade de nós… Cristo, tende piedade de nós…” vem do grego, língua usada na Liturgia até cerca do século IV, que dizia: “Kyrie eleison, Christe eleison…”. A fórmula assim proferida por três vezes não se dirige à Santíssima Trindade, mas apenas a Cristo, o Senhor (Kyrios) ressuscitado (cf. Fl 2,11; Jo 21,7), sendo Ele o único invocado neste Acto Penitencial. O inicio da Missa é assim um convite para cada um olhar para dentro de si mesmo diante do olhar de Deus, reconhecer e confessar os seus pecados com um arrependimento sincero. Para tal o sacerdote neste momento faz um instante de silêncio dando oportunidade a que cada um examine a sua consciência e se reconheça pecador e necessitado da misericórdia divina para bem participar do sacrifício de Cristo. Este pedido de perdão tem de partir do mais fundo do nosso coração, com um sentido de mudança de vida e reconciliação com Deus e os irmãos. Segue-se o Hino “Glória a Deus nas alturas”. Muito antigo, remonta, ao canto dos Anjos na noite do Natal, faz jus à sua antiguidade o facto de nele apenas haver uma referência mínima à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade ( …com o Espirito Santo, na Glória de Deus Pai), dada a prudência e humildade da Igreja reconhecendo o seu parco conhecimento, naquela data, da Pessoa do Espirito Santo. Com este hino louvamos o Pai, o Filho e o Espírito Santo, expressando através do canto, a nossa alegria de sermos filhos de Deus. Por fim, vem a chamada Oração colecta. Nela, o sacerdote faz o convite “Oremos”; e silencia-se novamente para que a assembleia possa formular as suas intenções pessoais, e, finalmente, colecta todas essas intenções, e elevando as mãos, com os braços abertos oferta-as a Deus por meio de uma fórmula própria e fixa do Missal Romano para aquele dia específico. Após a oração todos respondem Amén para dizer que aquela oração também é nossa.