A Igreja apresenta-nos, de acordo com os ciclos e as estações do ano, vivências celebrativas capazes de nos recriar.
O que fazemos destas propostas de salvação que apontam para a renovação do nosso interior, para a mudança de vida?
Uma coisa é certa: por mais distraído que se seja, ninguém fica indiferente às manifestações exteriores que ressaltam das iluminações, dos comércios, das decorações das praças públicas. Intermináveis filas de trânsito aglomeram-se nas vias mais brilhantes das cidades. Esta sede de luz significa afinal o quê? Apenas uma procura de novidades eléctricas relativamente a outros natais?
Não nos parece que seja apenas isso que mobiliza multidões. Porque também multidões foram ter com João Batista e, que nós saibamos, o profeta que preparou a chegada do Salvador, não convidava a nenhuma exterioridade luminosa, mas antes ao “arrependei-vos e confessai os vossos pecados”.
Cremos que há, em todos os seres humanos, uma necessidade de contemplar o Belo mas que, nesta altura do ano, se manifesta de uma forma difusa e superficial. Foi por esse Belo, que existe no mais íntimo de cada homem, e que tem o nome de bondade e de amor, que fez com que Deus nascesse em Belém. Ele continua a acreditar na capacidade de amor e perdão de cada um dos Seus Filhos.
Caberá a todos os cristãos trazer verdade e sentido ao Natal; há que descobrir que só o nascimento de Jesus em cada coração sacia a sede de beleza que o habita.
Santo Natal!
Pe. José Paulo