Em junho de 2015, perante o senhor Cardeal-patriarca de Lisboa – D. Manuel Clemente –, foi aceite a nomeação pastoral do sacerdote açoriano José Paulo Machado para a paróquia de Alcabideche. O padre José Paulo Machado transitava, assim, da paróquia do Estoril, onde era Vigário paroquial, para pároco da maior paróquia territorial do país. Contudo, foram deixadas em consciência três ressalvas premonitórias ao Bispo de Lisboa: primeiramente, o sacerdote em questão pertencia ao clero dos Açores; em segundo lugar, existiam condicionalismos inerentes à octogenária fragilidade parental do mesmo; e, por último, havia de se ter em conta o doutoramento empreendido pelo sacerdote, o qual se encontrava na sua reta final. D. Manuel Clemente, apesar da trilogia de dificuldades apresentada, confiou em mim, e estou-lhe muito grato hoje pelo desafio pastoral que então me lançou.
Ora o trabalho pastoral que o ainda prior de Alcabideche exerceu desde há oito anos no Patriarcado de Lisboa, em Santo António do Estoril numa primeira fase e posteriormente na nossa paróquia, deveu-se à coincidência de a diocese açoriana ter deslocado um sacerdote para Lisboa por necessitar de um doutorado em Ciências da Comunicação, na especialidade de Media e Jornalismo. Tendo completado o grau de doutor na Universidade Católica Portuguesa, foi hora de o bispo dos Açores – D. João Evangelista Lavrador – solicitar os serviços do P. José Paulo Machado para algo de muito concreto na área dos media: a direção do único jornal católico existente na maior ilha dos Açores, o semanário A Crença.
Membro do presbitério açoriano, o padre José Paulo Machado irá desempenhar funções no âmbito da imprensa escrita e na docência. Paroquiará em Fajã de Baixo, tendo como missão a celebração de uma eucaristia mensal transmitida para a RTP 1, RTP Açores e RTP Internacional.
Fecha-se agora um ciclo em Portugal continental para se dar início a um outro no Portugal insular. Aos paroquianos de Alcabideche deixo a sincera expressão de que não foi nada fácil aceitar esta deliberação. Nesta hora estão impregnadas na minha sensibilidade incontáveis momentos de afeto que me tornam um devedor perpétuo do muito acarinhamento recebido em terras de Ibne Mucana. Tudo isto se transforma num enorme peso ao nível da gratidão, que eu diria vitalícia. Confidenciava ao Senhor Cardeal- Patriarca, a este respeito, na reunião de Vigararia do passado mês de Junho, que me sentia aqui tratado como “um menino”. E, de facto, fui aqui “um menino” porque Alcabideche me adotou, qual “Mãe-Igreja”, neste fantástico triénio de trabalho. Obrigado, querida Igreja de Alcabideche.
Apesar de o convite muito concreto, por parte do bispo dos Açores, para um desempenho laboral nos media açorianos, respondendo à formação académica de oito anos recebida na Universidade Católica de Lisboa, sinto-me organicamente ligado a esta formidável comunidade paroquial. A Igreja que vive em Alcabideche terá de puxar novamente pelos seus melhores galões eclesiais, pois é hora de proporcionar o mesmo acolhimento que a mim foi prestado ao novo pároco de Alcabideche – P. João Braz. Alcabideche sabe fazer isso como ninguém. Com o coração nas mãos afirmo: todo o bem que lhe fizerdes é a mim que o fazeis também.
Bem-vindo, padre João, a esta boa terra alcabidechense!